terça-feira, 15 de maio de 2007

descontentamento...

O que eu queria te contar é algo tão misterioso quanto à própria vida. Talvez seja um pacto com a verdade. Talvez a verdade exista para ser vista e esquecida, assim como o saber... Aprende-se para guardar o que importa e esquecer o resto. Assim foi como eu acordei...

Se você soubesse como esta noite foi diferente... Como as horas demoram a passar e como passaram rápido pela manhã... Se você soubesse como é acordar a noite e não ver seu rosto na penumbra... É, talvez este seja meu Dom... Guardar estes momentos sombrios debaixo de meu travesseiro frio, sem vida, sem cor!
Sim. Eu disse sim, sei que você está bem e por isso não me culpo. Fico alegre, e caio em seguida numa tristeza sem dor! Talvez amanhã amanheça feliz, e a graça da inspiração se vá novamente... Porque só consigo ser pura na tristeza. Só assim me mostro de verdade...

Bem, dormi assim. Com meu travesseiro grande por entre minhas pernas e com o edredom sobre meu corpo. Fingi ser você! Este também é o meu grande dom... Ser uma fingidora! Mas acredito que isto não seja mal! Qual o fundamento de não ser sonhadora?

Melhor que estar morta e não saber que está morta... Isto tudo porque senti uma coisa horrível! Na realidade, me tocou... Tocou minha face, como um beijo gélido de um lábio morto! E não é estranho nem charlatanismo, mas o amor exige mais do que dá! E nunca se está satisfeito! Cobra-se, se testa, se quer, se perde! E, quem gosta de nós, quer que a gente seja alguma coisa de que eles precisem, porque é tão difícil amar sem pedir nada em troca, como amor de mãe para filho... E o que eu descobri, ou realmente abri meus olhos para ver, foi o que eu fiz com o amor... Estraçalhou-se! E eu que pensei que eu sabia amar... Percebi que não! Nem isso eu sei! E tenho tanto amor dentro de mim... Talvez seja loucura despejá-lo de uma vez... E, então descubra que seja melhor dosá-lo: Em pequenas gotas pela manhã, e alguns goles à noite! Só! E deixá-lo, enfim, fazer efeito!

Escrevo porque não sou capaz de falar. Quando falo sai um ruído quase inaudível e fraco! Ele não tem expressão, nem argumentos... Seria ele cólera? Não! É tristeza também...
E não entender o que se é, dói! Não ser o que realmente se é, dói! E não se sabe que não se é, apenas percebesse que não se está sendo... Mas você está bem, e é isto que importa agora! Nada que numa outra noite fria não se vá embora, nada como outro beijo gélido na face, nas penumbras da noite não resolvam...

Às vezes sou forte demais... E por ser forte, sou destrutiva! Autodestrutiva, talvez... E, quem se destrói, destrói também os outros! Será que estou ferindo alguém? Mas uma coisa falo ao meu favor: Nada faço de propósito! E me dói quando percebo que feri alguém... Sou impulsiva e vou... Depois fico com uma mágoa atolada em meu peito!

Você não acha que existe algo sinistro em tudo? Há sim, enquanto se espera que o nosso coração entenda! Pois é assim que sinto esta inconstância...

Um comentário:

Anônimo disse...

É. Saudade é uma coisa estranha. Às vezes, quando estamos juntos, queremos distância e na distância queremos por perto.

O grande problema é que às vezes não queremos nem um nem outro, o que pode gerar um solidão sem fim.

Beijos e ótima semana